quinta-feira, 19 de março de 2015

Várias coisas

- Telefonar para um centro de saúde, a qualquer hora, é uma missão impossível.
Estive, ininterruptamente, a ligar desde as 8h (hora de abertura), até às 9h. Não atenderam. Tive de me deslocar, grávida de 8 meses de gravidez de risco, ao dito centro de saúde para fazer a tal pergunta. A senhora desculpou-se, e disse que não conseguia atender as pessoas e o telefone pois estava sozinha. Compreendo perfeitamente e solidarizo. Os recursos no sns estão cada vez menos adequados às necessidades e isso assusta-me. A sala estava cheia de doentes.

- Por outro lado, ainda no sns, impera a burocracia, ou burrocracia. Há uns tempos aconteceu-me, no mesmo centro de saúde, este episódio que ainda não contei aqui no blog: Fui a uma consulta de rotina com a médica de família, para que esta me passasse o P1 da última ecografia. Antes da consulta, é rotina também a medição das tensões e análise da urina por parte das enfermeiras. Ora, eu já estava aflita para ir à casa de banho, peço o copinho à enfermeira e lá vou eu. Não há papel na casa de banho. Dirijo-me ao guichet de atendimento e pergunto se têm papel higiénico. O funcionário que lá estava, diz que não é da competência dele repor o papel, mas que vai chamar as empregadas de limpeza. Chega a empregada de limpeza. A mesma afirma que também não é da competência dela repor o papel higiénico. O funcionário diz que tem de se chamar a auxiliar, enquanto eu só peço que me digam onde está o papel, que eu própria o levo e troco. O funcionário diz que não, tem de se chamar a auxiliar. O funcionário liga para o segurança que o informa que a auxiliar já saiu. Perante o meu desespero, o funcionário lá vai ao armário que está ATRÁS DELE e me entrega o papel higiénico, que sendo assim, se eu o quisesse repor, que o fizesse.
Existe muita falta de recursos no sns. Mas também existe muita gente ineficiente e com o chip de complicador ligado.

- Estou a fazer um trabalho para uma empresa onde a resposta a 90% das minhas questões é "não sei". Adoro.

- Noutro dia, eu e uma colega de trabalho fomos almoçar a um restaurante de terrinha, província mesmo. Desses onde os funcionários nos parecem estar a fazer um grande favor, mas cuja comida não é má de todo e não é cara, pelo que queríamos despachar-nos e lá fomos. Quando nos íamos a sentar numa mesa, um dos empregos diz que não, que não pode ser naquela mesa, que era o que faltava, que aquela era a mesa onde os funcionários iriam almoçar. Está certo... Vejam lá se é muito incómodo nos atenderem, se calhar é melhor irmos a outro sítio.

- Fico parva com a quantidade de homens que ainda olham para mim de forma... Deselegante. Já achava muito nojento, agora então, acho asqueroso.

- A quantidade de vezes que vou à casa de banho, por dia, é uma coisa incrível. Sim, é verdade, quanto mais a gravidez avança, mais a vossa bexiga diminui.

1 comentário:

Ovelha Cuca disse...

Meu Deus, o nosso pais é incrivelmente irónico.

Gostei do teu blog, segui.
Méjinhos.