terça-feira, 24 de março de 2015

Isso, do brio profissional

Muitas pessoas desculpam o mau profissionalismo, com o baixo ordenado que recebem.
Eu acho que se paga muito mal em Portugal, é verdade.
Mas também acho que não existe uma cultura de trabalho, de brio e de excelência.
Farto-me de ouvir "para o que me pagam está bem feito", em relação a atitudes e situações que considero completamente erradas, independentemente do valor do vencimento.

Penso que a ética no trabalho nada tem a ver com o vencimento auferido.
Caso contrário o Salgado e os amigos seriam um exemplo mor de brio e profissionalismo... Ah espera... Afinal o Zeinal não tinha ganho não sei quantos prémios? Hmm... Contudo, ele não se lembra bem do que andava a fazer, não é? Pois...

Não é o salário que faz os valores de uma pessoa. A pessoa pode ser boa ou má profissional, e receber muito, ou o ordenado mínimo nacional. Já conheci os dois lados da moeda. Pessoas que eram excelentes trabalhadoras e recebiam mal, pessoas que recebiam muito bem e eram péssimas, bem como o inverso.

Entretanto, estou fula aqui com uma situação do meu trabalho. Um superior meu, manda-me fazer uma coisa de determinada maneira. Não concordo. Já tinha elaborado aquela tarefa várias vezes para saber que não é a forma mais correcta de o fazer. Digo-lhe que não concordo e expresso o meu ponto de vista. Superior diz que prefere da forma como disse para fazer, e manda-me prosseguir. Inocentemente, assim o faço. Superior de superior vê a tarefa, e diz que não concorda. Prefere que seja feita da maneira X, que, curiosamente, era exactamente como eu tinha sugerido. Superior de superior desanca-me porque já devia fazer aquilo a modos. Tudo isto acontece na frente do meu superior, que nada diz, apesar de eu ter dito que a proposta de fazer aquilo assim, não tinha sido minha.
Levo ainda mais na cabeça.
Fico chateada porque estava habituada a trabalhar com homens e não com ratos, gente que se chega à frente quando as coisas dão para o torto, e não com gente que me deixa levar as culpas por coisas relativamente às quais não as tenho. Neste caso, a minha parte de culpa foi a de ter sido inocente, a de não ter antecipado a situação e não ter falado directamente com superior de superior.
É para eu aprender, que também preciso.
O que vale é que não costumo bater duas vezes com a cabeça na mesma parede.

Sem comentários: