terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Mais um post daqueles nada politicamente correctos, hoje apetece-me disparar para todos os lados- Funcionários públicos, licença de maternidade, horário amamentação

Alguns funcionários públicos (não todos), têm uma vida santa. Não precisam de se esmifrar a trabalhar porque ninguém os vai mandar embora. Saem à sua horinha certa sem serem penalizados por isso. Têm todas as regalias presentes na lei (e bem, claro). Ora, ultimamente (isto de estar grávida é assim, pensa-se muito...), tenho vindo a reflectir sobre a licença de maternidade. E claro, Portugal, sempre a dar bons exemplos, é dos países da Europa onde a licença é mais reduzida. Como nós vamos retirar licença partilhada, eu tenho direito a 4 meses, e o pai, terá direito a 1 mês, com vencimentos a 100%. 4 meses. Com 4 meses eu vou ter de deixar o meu bebé aos cuidados de outros, que, no meu caso, tenho a SORTE de poder contar com os meus sogros, e sei que ele estará bem entregue. Mas muita gente não tem esta felicidade. E é ver as pessoas, com os corações apertados, a deixar os seus bebés de meses em amas, infantários, etc.
Claro está que já me avisaram que eu poderei tirar os 4 meses... E pronto. As férias terão de ser tiradas noutra altura. E o horário de amamentação? Pois... Na minha área de emprego, ter as duas horas diárias de licença de amamentação não é bem visto. Não é apenas na minha empresa, mas em todas. E arrisco-me mesmo a dizer, que tal situação se passa em quase todo o sector privado. E eu, como todas as outras mães, se não quero ver a minha progressão estagnada, tirarei as horas que me são devidas "quando der, se der". Ninguém me disse claramente isto, mas já são muitos anos a virar frangos. Sei que a maternidade e a carreira profissional têm uma linha de equilíbrio muito ténue.
Na maior parte dos sectores da função pública (pelo menos nos que conheço), não existe qualquer impedimento a que essa licença seja retirada. E bem. Está ainda previsto na lei que, quando se tem crianças até x anos, o horário de trabalho é reduzido.
A minha prima, colaboradora da função pública, está há 9 anos a trabalhar entre as 9h e as 13h. E vocês, como eu inicialmente, pensariam que ela está feliz com o horário, certo?
Errado. A senhora está sempre a queixar-se. Noutro dia teve de sair às 14h e foi o fim do mundo, a senhora parecia que ia morrendo, tal a avalanche de trabalho, e que não podia ser assim, que é uma injustiça. É claro que as pessoas devem sempre aspirar a melhor. Mas não me parece que trabalhar há 9 anos com horário reduzido, e ter uma vez por outra de trabalhar mais uma hora, seja uma injustiça.
Injustiça é, como sabemos, essa lei não se "aplicar" no sector privado. Se em qualquer das empresas em que trabalhei, eu dissesse que queria ter esse horário, acho que conseguiria arrancar várias gargalhadas, pois não poderia estar a falar a sério.
Essa dicotomia, que ainda existe muito, irrita-me solenemente.
Nós, colaboradores do privado, não somos mais nem menos que ninguém, no entanto, para muitas coisas, não temos os mesmos direitos.

6 comentários:

rosaamarela disse...

Eu conto lhe, na empresa privada onde trabalho passa- se tal como descreve, mas temos lá um posto médico acontece que as enfermeiras que lá fazem o pescato quando tem que fazer alguma coisa lamentam -se muito, vem mal habituadas ...

rosaamarela disse...

Eu conto lhe, na empresa privada onde trabalho passa- se tal como descreve, mas temos lá um posto médico acontece que as enfermeiras que lá fazem o pescato quando tem que fazer alguma coisa lamentam -se muito, vem mal habituadas ...

AvoGi disse...

Nem falo dosfu cionários públicos estaria a comer no prato que como
Kis:=)

Anónimo disse...

Nem todos os funcionários públicos têm os mesmos direitos, porque nem todos conseguem os horários reduzidos apesar da lei dizer que sim, e podemos sim ser despedidos e nem o bendito subsídio de desemprego tenho direito se isso acontecer e o mais giro disto tudo é que nem sequer posso voltar a trabalhar na função pública, mas lá está nós saímos cedo e ganhamos bem.

Anónimo disse...

Concordo. Mas se não for o Estado a dar o exemplo, quem o dará?!

Anónimo disse...

Olá, não deixe abusar!
Porque vai se esfalfar a trabalhar, penalizando o bebé e depois? Ah pois é recebe a medalha de cortiça e ao fim de algum tempo já ninguém se lembra que esteve grávida.
Mãe de 2 e que mesmo assim fui promovida.
Boa sorte, felicidades e não aposte nos cavalos errados, quanto mais cedo perceber isso melhor, família inclusive.