terça-feira, 1 de julho de 2014

A dicotomia da idade

Ultimamente tenho pensado muito na minha idade. Não porque a sinta como um peso, ou um certificado de alguma coisa. Mas sim porque me sinto diferente.
Em algumas coisas vejo-me tão nova, tão inocente... Mas noutras parece que já vivi imenso, que passei por tantas situações... E interrogo-me. Pergunto-me em que lado da barricada estou. Há dias estava a meter a chave à porta e pensei "esta é a minha casa! A minha casa!". Eu já tenho uma casa, marido, gato. Tenho um emprego a tempo inteiro e responsabilidades. Mas por outro lado gosto de andar nos carrinhos do senhor de Matosinhos, tenho saudades da Queima das Fitas e das noites a estudar para exames. Tenho saudades de ver os meus amigos todos os dias e agora não os vejo com a frequência que gostaria.
Mas todos nós crescemos e vejo que a idade não pára em nenhuma época em especial para que possamos prolongar aquele momento das nossas vidas. Tudo avança, e às vezes, sem esperarmos, já estamos tão longe das memórias que nos parecem ter acontecido mesmo ontem.
Pensamos em como o tempo nos voou dos dedos e cada vez mais o aproveitar o dia presente tem outro significado. Porque sem darmos conta, ele foge de nós.
No entanto, ainda me sinto menina às vezes, mas na maior parte do tempo, sinto-me e vejo-me como mulher.
Se soubesse tudo o que sei hoje, havia várias coisas que teria feito de forma diferente, tinha dado mais valor a algumas coisas, e menos a outras. Mas crescer e amadurecer é isso mesmo. Esse conhecimento e experiência que nos transporta para outros patamares onde podemos aprender com o passado, preparando o futuro e vivendo melhor o dia de hoje.
Ninguém disse que ia ser fácil, não é?

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