domingo, 30 de junho de 2013

Literatura de primeira e de segunda

Para mim, não existe o conceito de literatura de segunda. Atenção, que falo de livros propriamente ditos, e não de revistas ou folhetins. Há livros que são menos bons que outros, claro que sim. Há livros que não interessam nem ao menino Jesus. Mas não é por isso que deixam de ser livros. E para mim, ler um livro , por pior que este seja, é ainda assim melhor do que não ler nenhum. A minha mãe gosta de Margarida Rebelo Pinto. Não partilhamos o gosto. Mas também já leu Hemingway e gostou. Não sendo ela propriamente uma leitora ávida, sei que mais facilmente lê um livro "levezinho". E há algum mal nisso? Eu acho que não. Há gostos para tudo. Se acho que ter lido por exemplo, "As 50 sombras de Grey", me enriqueceu muito? Claramente que não. Mas não considero que tenha sido tempo perdido. Não considero tempo perdido ler qualquer livro. Porque enquanto lemos, exercitamos a mente, damos largas à imaginação, visualizamos as descrições do autor. Mesmo que o livro não seja grande coisa, é melhor do que não ler nada.
Ontem, enquanto dava a vista de olhos habitual pela secção de literatura do supermercado, contemplava o novo livro do Miguel Sousa Tavares, actual número 1 de vendas, e via os títulos dos policiais, género que aprecio, ouvia uma senhora comentar que só podia ler livros de autores conhecidos, para que as colegas pensassem que ela era muito intelectual, que não queria parecer mal em frente aos outros.
E dei por mim a pensar que esse não é de todo o propósito de um livro. Um livro não é uma peça de roupa que se use, a fim de parecer bem. É uma peça cultural, que deve dar-nos prazer, distração, e não status.
Estive quase para dizer à senhora para esquecer o livro e ir à Zara.

4 comentários:

Jovem $0nhador@ disse...

Concordo em tudo contigo! Um livro é sempre uma fonte de inspiração!

Mariposa Colorida disse...

Oh querida, se era para ter status a Zara não lhe valia de muito. Á Zara e Mango e Modalfa vou eu. Era melhor ir á Massimo Dutti ou `Tintoretto. Calvin klein, Gucci ou afins.

S* disse...

Os livros menos complexos não fazem de nós pessoas simples no que toca ao intelecto. ;)

GATA disse...

O que interessa é ler, porque ler é bom! E cada um deve ler o que gosta e não o que acha que é chique! E não leio MRP porque não gosto do género. No entanto leio os livros todos sobre gatos! :-)