segunda-feira, 28 de março de 2016

Segunda-feira

Eu tenho depressão de segunda-feira. Para mim, este dia é o bicho papão que me retira mais 5 dias com o meu menino. Sair e ele estar a dormir, chegar e ainda ter de trabalhar para logo a seguir o embalar... Não é fácil. Quem disse que conciliar a vida familiar com a vida profissional é fácil, ou tem um horário em que sai às 4 da tarde, ou está a mentir. Cada vez mais as pessoas dão tudo de si ao trabalho, sobrando muito pouco tempo e paciência para tudo o resto.
Quantas vezes, vimos zangados/frustrados com alguma coisa que se passou durante o dia, e acabamos por descarregar em quem mais amamos? Eu já o fiz. Cheguei a um ponto da minha vida em que disse para mim própria que isso não poderia voltar a acontecer, mas não sei se irei sempre consegui-lo. Um dia de cada vez.
Mas para mim, a segunda-feira tem o condão de me trazer de volta à vida real, aos dias de trabalho que não acabam, ao ritmo e frenesim quotidianos que não nos deixam respirar. Temos de estar sempre disponíveis para as empresas, 24h/dia, sabe-se lá o que pode acontecer se falharmos, ainda falece alguém se não entregarmos as coisas naqueles prazos que só quem supervisiona e não executa, pensa ser possível.
Vejo cada vez mais o trabalho como um usurpador de tempo, de qualidade de vida.
Muda de emprego, dizem-me. Irei, ainda não, mas irei, a seu tempo.
Mas mudar para onde, pergunto? Na minha área está tudo assim.
Toda a gente tem medo da segunda-feira.

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