quinta-feira, 17 de abril de 2014

Podem tirar a pessoa do bairro, mas não podem tirar o bairro da pessoa

Não gosto de ser assim mas a verdade é mesmo essa.
Há pessoas que por mais dinheiro que tenham, nunca vão deixar de ter maus hábitos, má educação. É uma questão de berço. E não, berço não tem mesmo nada a ver com dinheiro, tem mesmo a ver com educação. Simples.

Pois que aqui há uns dias encontrei fulana de tal, que casou com um rapaz com bastante dinheiro. Fulana de tal andou na escola comigo, nunca deu muito para os estudos e ficou-se pelo 9º ano. Entretanto, conheceu um rapaz proveniente de uma família cheia de dinheiro e casaram-se no ano passado. Fulana de tal, que trabalhava numa loja de shopping, passou a não trabalhar. Vai ao ginásio, vai às compras, já fez uma lipoaspiração, enfim, digamos que tem uma vida mais folgada. O rapaz trabalha numa das empresas do pai.
Como vos dizia, encontrei essa fulana aqui pela zona onde eu agora trabalho, tinha vindo passear. Fazia ela muito bem, disse-lhe. Ao falarmos, fulana pergunta se quero tomar alguma coisa (íamos a entrar para uma esplanada da zona), digo que sim, eu faço o meu pedido e ela o dela. Pergunta-me sobre o meu casamento. Digo-lhe. Fulana fala do seu casamento, e refere que se casou no sítio mais xpto do Porto (true), e que ela só casaria se fosse aí. Rio-me, tomo a minha bebida, e digo-lhe que tenho de ir trabalhar. Chamo o empregado de mesa, peço-lhe a conta, começo a separar o valor da minha bebida. O rapaz demora. Volto a chamá-lo para recolher o dinheiro. O rapaz, visivelmente inexperiente, demora outro bocado. Eu assumo que estou com pressa (não tinha dinheiro certo para deixar), e fulana, sem pré-aviso, levanta-se, vai ter com o rapaz, e dá-lhe uma valente descompostura. Claro que o rapaz estava a demorar tempo a mais, é verdade. Mas também não era preciso ir lá falar com ele com os modos como ela lhe falou.
Nesse momento, voltei a ver a rapariga que conheci no ensino básico, sem roupas de marca, e com modos desagradáveis para quem ela considerava que estava "abaixo" dela (ela era popular na escola, sempre foi uma rapariga bonita, e tratava mal algumas pessoas, em virtude da sua popularidade).
"Não, o dinheiro não fez nada por ti nesse aspecto". Pensei. 
Despedi-me e ela desejou-me boa sorte para o casamento com o ar mais natural do mundo, sendo que eu já estava a morrer de vergonha porque tinha ficado toda a gente a olhar para ela com a cena.

Entretanto, sem ter nada a ver, hoje, ao passar num local onde passo diariamente para vir trabalhar, sendo esse local a zona mais nobre da cidade, e com prédios cujo preço é exorbitante, olho para os mesmos e reparo que num dos apartamentos resolveram... fechar a varanda. Sim, todos os outros apartamentos têm uma varanda linda, espaçosa, de frente para o mar. Aqueles imbecis fecharam a varanda para a transformar numa "marquise". Está certo...

Em ambos os casos, tiramos a pessoa do bairro, mas não tiramos o bairro da pessoa.

3 comentários:

cinquentinha disse...

Essas pessoas irritam-me tanto!!

S* disse...

Oh, que pessoa mais mal formada. :(

Imperatriz Sissi disse...

É como eu digo sempre "há coisas que só o berço dá e a morte leva". Mas a julgar pela marquise, a menina arranjou testo a condizer :D