Relvas, o Tribunal Constitucional e Passos Coelho

Esta última semana foi pródiga em acontecimentos. O Relvas bazou.
Já não era sem tempo. Não vou julgar a pessoa porque não o conheço. Julgo os comportamentos que demonstrou. Desde que estalou o escândalo da sua licenciatura, que se deveria ter demitido no momento. Peca a decisão por tardia.

O Tribunal Constitucional chumbou os artigos do orçamento que previam os cortes na função pública.
Façamos o seguinte exercício teórico: Eu trabalho numa multinacional americana. Amanhã, essa multinacional decide que a sede portuguesa apresenta elevados custos com pessoal. Assim sendo, decide que os custos têm de ser reduzidos, por via de cortes nos benefícios dos trabalhadores, de ordem monetária. Os trabalhadores passam, na prática, a ganhar menos. Pergunto: Alguém vai dizer que isto é inconstitucional? Que não se pode fazer? Que um empregador não pode reduzir os seus custos com pessoal?
Esta é a minha primeira questão existencial.
A segunda prende-se com o seguinte raciocínio: Eu sou funcionária do Tribunal Constitucional, e, por conseguinte, funcionária pública. Pedem-me que decida um orçamento que define um corte no meu salário líquido. Hmm... O que farei eu? Aprovarei um corte no meu salário?
Esta é especilamente difícil, não é?
Para mim isto tem um nome: conflito de interesses.

O Passos tem de arranjar outra solução. Ele e o Gasparzinho. O problema é que já não há muito por onde cortar. A não ser nos lobbies, nas ppp... Mas esses cortes não interessam a ninguém.
Ora, pode não se gostar do Passos, eu não morro claramente de amores por ele. Mas a questão é que olhemos então para a oposição. Se formos a eleições antecipadas, vamos lá por quem? O tontinho do Seguro? Será melhor do que o Pedrinho? Por mais que me custe, acredito seriamente que não.