Hoje em dia, todos querem ser diferentes. Não importa em quê, por que motivo, ou sequer se vale a pena primar pela diferença. O que interessa mesmo é ser "diferente", o "comum" é algo repugnante a que se deve fugir a 7 pés.
As pessoas preocupam-se tanto em ser diferentes, que já não conseguem ver quando a diferença cansa, quando estão já a pisar o terreno do ridículo. Tudo o que é demais enjoa e neste momento enjoa-me o excesso de "diferença" que começa a tornar-se banal, mas um banal desagradável e pouco interessante.
Lembro-me de há 2 domingos atrás, no programa factor X, uma rapariga de 17 anos, com uma imagem completamente normal e inócua, ter ido cantar Adele e, apesar de ter uma boa voz (na minha opinião...), teve uma prestação com alguns altos e baixos. O júri não teve dúvidas em não a passar para a fase seguinte. Logo depois, surge uma outra rapariga, com um visual todo alternativo, um pano enrolado na cintura a fazer de saia, com uma voz que a meu ver não se comparava com a da outra, cantando uma música em que claramente esteve mal. O júri deu-lhe uma segunda oportunidade e aí já fez um pouco melhor. Passou para a fase seguinte.
Creio que a primeira tinha uma voz mais competente, mas como possuía um visual banal, não lhe foi dada qualquer oportunidade para cantar uma outra música. O diferente vende, é elogiado e apreciado. Um visual constituído por uma roupa composta e simples não é apelativo, não chama.
Todos querem ser diferentes. Não interessa em quê, interessa apenas ser. Que importa se fica mal, se é um visual ridículo ou excessivamente arrojado? É diferente? Então vale!
Começa-me a irritar esta apologia da diferença. Ser diferente ou ter um visual diferente significava algo. Agora, nem sempre. É a vulgarização da diferença.
3 comentários:
Já eu prefiro fazer parte do rebanho. Não quero destacar-me!
Concordo.
Nós somos todos diferentes. Mas podemos ser diferentes e sermos discretos.
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