terça-feira, 24 de setembro de 2013

Isto a ser verdade, era mesmo muito bom

Se esta medida se concretizar, era excelente.
Não sei como vão convencer as empresas a participar desta ideia, creio que poderá ser algo como aquela lei que prevê que para mães com crianças pequenas até x anos, podem ter um horário reduzido. Já sei que vão destilar veneno, mas a verdade é esta: não conheço nenhum caso no privado em que esta situação seja aplicada. As mães que conheço e que têm esse privilégio trabalham todas no sector público.
Ainda assim, gosto da iniciativa. O meu sonho era trabalhar com um horário mais reduzido mas sem ganhar menos. E independentemente do que eu gostaria, o importante é perceber o que esta medida pode fazer pelas famílias e pela natalidade em Portugal.
Efectivamente, a grande maioria da população trabalha horas a mais. Cada vez menos são as pessoas que cumprem o seu horário sem que tenham de fazer horas a mais. Na minha área de actividade então, é um exagero.
E com os horários alargados, a família vai ficando sempre para segundo plano. Por minha vontade, começava a constituir família já. Mas devido a diversos motivos, não pode ser já, temos de adiar um pouco. O problema é que, estando eu na minha empresa actual e com a minha função, não vejo grande abertura para iniciar uma gravidez, nem no próximo ano, nem no outro... Daqui a uns tempos eu sei que vou arriscar, mas não estou a imaginar uma empresa como a minha a aceder às pretensões dos colaboradores a trabalhar em part-time, ainda que o Estado pague o excedente.
As empresas como a minha não querem saber se temos família, se temos vida para além daquilo. Temos de dar tudo pela empresa, ter sempre disponibilidade ilimitada. E sinceramente que vos diga, cada vez menos me apetece ter disponibilidade ilimitada. E ainda nem tenho filhos.
Por isso, apesar de achar que para muitas empresas esta medida não vai passar da teoria, considero que se trata já de um passo importante para essa abertura de mentalidades se começar a proporcionar.

6 comentários:

Morango Azul disse...

Não acredito que avance... E se avançar a prática vai levar só despedimento camuflado de outros motivos.

Mariposa Colorida disse...

Como tu dizes, se vier a ser verdade, ´
e muito, muito bom!

Anónimo disse...

Isso era muito bonito se estivessemos na Noruega ou na Suiça, onde o dinheiro até sobra. Que usem as verbas europeias para tirar o pais do buraco, porque elas não duram para sempre. O que é que fazem quando a Europa abrir os olhos e fechar a torneira? Eu não tenho filhos por opção, mas recuso-me a trabalhar mais para os pais poderem ficar em casa e receberem o mesmo. Querem mais tempo em casa, recebam menos, farta de trabalhar para pagar subsidios e rendimentos minimos estou eu.

Morango Azul disse...

Lol

C*inderela disse...

Noutros países pagam às mães para ficarem em casa a tomarem conta dos filhos até uma certa idade. Sai mais barato ao Estado fazer isso do que investir em infraestruturas (infantários ...). Cá em Portugal deve ser isso, deve. Ainda para mais nesta altura! Lá fora já é normal as mulheres trabalharem em part-time e cá ainda é uma medida pouco comum, não se vê grandes ofertas nesse regime, quanto mais pagarem um part-time como full-time!

Bjokas.

GATA disse...

Eu concordo com o(a) anónimo(a). Eu, como não tenho filhos, acabo por ser prejudicada em relação a quem tem, pois acham sempre que eu posso ficar até mais tarde... Ora, não tenho filhos mas tenho vida!

E se durante anos, décadas!, usaram as verbas europeias para fazer coisas da treta, agora é que iam usar para fazer coisas importantes? Duvidooo...